Desde o início da vida de uma pessoa, mesmo quando está engatinhando e começando a dar os primeiros passos, os dados estão constantemente presentes acompanhando seu crescimento. Se pararmos para analisar, há uma grande quantidade de dados que todos recebem, conectam e transformam em informações diariamente. É algo que vem acontecendo antes das redes sociais e da democratização do acesso à internet. O mundo está repleto de dados que podem ser agrupados, interpretados e utilizados de diversas formas, desde informalmente e de forma empírica até no uso mais aprofundado e com ferramentas específicas. Inclusive, para gerar inteligência de negócios.
Se os dados estão por todos lugares, como organizá-los em uma biblioteca de informações? A questão da inteligência de negócios a partir de dados trata do desafio de lidar com a quantidade acumulada de insumo, de forma cada vez mais ágil e processá-los adequadamente para conduzi-los a um objetivo. Neste caso, gerar informações estratégicas. Ou seja, não se trata de qualquer conexão ou de informações aleatoriamente processadas, mas de como fazer as correlações corretas. Jaime de Paula, CEO da Neoway, em palestra na conferência Data Driven Brasil: connecting data and business, compactua com essa visão. “Essa biblioteca de dados organizada gera informação. A informação, quando analisada, gera conhecimento. Essa é nossa proposta: garimpar e gerar conhecimento”, afirma. Conhecimento que está sendo usado para gerar valor e inteligência de negócios.
Transformação digital: a cultura é o coração da empresa
Mundo físico ou mundo digital? A grande dúvida faz parte da tirania do “ou”. Os dois mundos estão conectados. O físico e o digital, como falamos, são um só, e não param de gerar dados. Contudo, para que dos primeiros passos a pessoa consiga andar ou, indo além, correr com rapidez, é preciso que existam algumas etapas, como quedas e aprendizados. Por isso, ao se perguntar: “posso implantar isso na minha empresa amanhã?”, a resposta dependerá de em qual velocidade os seus funcionários estão. Se a cultura da empresa não estiver preparada para receber a transformação digital, a estratégia simplesmente desaparecerá. Com isso, perde-se oportunidades, perde-se inteligência de negócios.
A essência da inovação, como exemplifica Jaime de Paula, está intimamente ligada à criação de um ambiente disruptivo, que estimule e traga criatividade para o dia a dia. Não basta apenas criar um time de inovação e esperar resultados. É preciso sair da teoria e ir até o coração do negócio: a cultura da empresa. E, mesmo escalando, manter o pensamento de startup. “Num final de semana recente, cerca de 40 pessoas da Neoway, de forma voluntária, pegaram uma pesquisa realizada com os clientes sobre qualidade e sugestões de melhoria, e se organizaram para implementar as principais ideias”, conta. Neste tempo, foram desenvolvidas quatro plataformas prontas para entrar em fase de testes.
Data Driven Brasil: a importância de falar sobre os dados e deixar que eles falem
Na análise de Jaime de Paula, CEO da Neoway, o mercado brasileiro está evoluindo muito rapidamente. Ele exemplifica a partir da própria empresa que, atuando desde 2009, precisava catequizar sobre o que estava se propondo a fazer e entregar. Hoje, para ele, é visível que o mercado está vindo atrás. “Não se trata de apenas uma tecnologia, mas uma tecnologia aplicada a negócios que dá resultado”, explica. Por isso, Jaime enfatiza a importância de eventos como a conferência Data Driven Brasil, em que os empresários conseguem se dar conta da quantidade de informações que estão gerando. “As empresas estão em cima de minas de ouro. Porém, para garimpar isso, precisam integrar com novas bases de dados”, diz. Nessa parceria de conhecimento interno e tecnologia correta, é possível não só ganhar mais detalhes de mil clientes já existentes, mas propor-se a trazer mais dez mil novos a partir da inteligência de negócios.